12 de agosto de 2013

Uma inquietação tomou conta de mim, enquanto olhava  para a tela do computador e via o site carregar lentamente.
Por que de todos os dias, a internet tinha que estar lenta logo hoje? Justo no dia em que eu mais precisava desabafar?
Finalmente, após intermináveis minutos, meu blog estava diante de mim. Sorri para tela enquanto me preparava para digitar o turbilhão de emoções que estava sentindo.

Já faziam alguns dias que eu havia criado o blog para poder desabafar meus problemas, mas como a covarde que era, não tinha tido coragem suficiente para colocar minha verdadeira identidade e ao invés disso, usei um nome falso para que ninguém me descobrisse.

Se alguma das minhas amigas soubesse quem era Jennifer Clark, provavelmente nunca mais falaria comigo, pois ela não tinha papas na língua. Medo e vergonha eram palavras riscadas do seu dicionário - como deveria ser do meu, na vida real - e em suas postagens não tinha piedade de nada nem de ninguém.
Eu era a Jennifer Clark, e esse foi o único modo que encontrei de poder me expressar de verdade, caso contrário continuaria sendo a mesma menina ingênua que todos pensavam que podiam controlar.

Olhei minha lista de seguidores, e me senti mais encorajada a escrever.
Três pessoas me seguindo, nada mal para uma iniciante, melhor que não ter nenhuma - Pensei.



Olá querido diário,
e uma boa sorte para as pessoas que vão ler esta porcaria que chamo de vida.
Hoje, como todos os outros dias, foi um tédio total, eu já não aguento mais fazer sempre as mesmas coisas e estar com as mesmas pessoas. Literalmente isso está acabando comigo e como se não bastasse o estresse que a escola que me causa, minha mãe anda me monitorando, como uma águia sobrevoando sua presa. 
Ela acha que eu ando passando tempo demais com o meu namorado - na verdade eu também acho, ultimamente ele anda grudado em mim como um carrapato, mas ao invés de gostar e achar até bonitinho, isso está me afastando cada vez mais dele. 
Não tiro a razão dela, já que ela provavelmente pensa que nós já demos um passo a mais em nossa relação, mas antes que vocês pensem outra coisa, não, nós não transamos ainda, e só porque eu não quis, se dependesse do Anderson, eu já teria perdido minha virgindade há muito tempo, mas fala sério, eu não estou pronta, e também nem sei se ele é o cara certo.
Nesses últimos dias ando evitando a minha mãe, sempre pensando na conversa que não quero ter - de novo. Não acho que mamãe precise repetir aquilo que já me disse uma vez quando era mais nova, até porque, a tal conversa sobre sexo, foi constrangedora e eu não quero repetir a dose, principalmente porque agora ela vai dizer que é diferente já que Anderson e eu estamos juntos há dois anos.
Para falar a verdade, na minha opinião, eu não acho que garota nenhuma deva se entregar ao namorado, só porque já estão juntos há não sei quanto tempo. Se você não estiver pronta para dar mais esse passo na relação, converse com ele, e se o desgraçado vier com aquele papo furado de prova de amor, termine o namoro, porque esse cara não serve para você.
É mais ou menos isso que está acontecendo comigo, só que o Anderson ainda não disse essas palavrinhas, que é o que falta para eu terminar com ele. O garoto me pressiona sempre que aparece a oportunidade, e por mais que eu diga que não, ele insiste. 
Por que ainda não terminei o  namoro? Sério, às vezes nem eu sei o porquê.
Hoje, por exemplo, eu estava decidida a terminar tudo antes de acabarem as aulas, no momento em que nos encontrássemos na hora do almoço, mas antes de ir, dei uma checada no meu Instagram e vi que ele tinha postado uma foto nossa e colocado a legenda "com o meu amor". Depois de ver isso, não tive mais coragem de terminar com ele, e até curti e comentei a foto "Meu lindo S2". Me senti mal por isso, mas tinha que manter as aparências, pelo menos por enquanto.
Anderson não era uma pessoa má, e eu gostava muito dele no começo, muito mesmo, mas como acontecem em todas as relações de muito tempo, ela se desgastou. Acho que era até mais por isso que ele estava querendo tanto me levar para a cama, para ver se reacendia a chama da nossa paixão, mas isso não ia dar carto, e ele sabia qual era o nosso único caminho: terminar.
Ainda não contei como foi que meu namoro começou, e acho que isso vai explicar muita coisa a meu respeito e sobre Anderson.
Eu estava na oitava série quando o conheci e nessa época todas as minhas amigas já tinham dado seu primeiro beijo, menos eu. Elas insistiam que eu tinha que tirar o BV o quanto antes, porque todas as garotas da nossa idade já tinham beijado, mas eu não me sentia pronta. Apesar de já ter imaginado vária vezes como seria, colocar em prática era outra coisa. E se eu não gostasse? E se eu gostasse demais? E se ele não gostasse?
A última opção era a que mais me inquietava, pois eu não experiência alguma e quando finalmente beijasse um garoto podia fazer algo errado. Isso seria meu fim, minha reputação seria arruinada, porque certamente ele espalharia para todos e logo a fofoca percorreria todos os corredores da escola. De jeito nenhum eu iria virar motivo de chacota da escola inteira.
Anderson estava namorando uma garota do primeiro ano há alguns meses, mas era o único que eu queria beijar, era como se não existisse nenhum outro garoto, apenas ele. Não importava o quanto minhas amigas me alertassem, dizendo que isso era errado, mas eu não conseguia parar de pensar no dia em que havia tropeçado no ginásio na aula de educação física, e ele tinha me ajudado a levantar. 
Sim, eu sei que isso é um motivo muito bobo para se apaixonar por alguém, mas naquele tempo eu era muito ingênua, não sabia o que era a vida, e bastou um simples gesto como esse para que me apegasse a ele.
Ele já ter namorada foi um grande obstáculo para minha aproximação, mas eu estava decidida a tê-lo só para mim e não deixaria nada no meu caminho. Para isso, já tinha até um plano em mente para afastá-los, mas felizmente, ou infelizmente, se pensar na minha atual situação, nem precisei executá-lo, pois Karen, a namorada dele, teve que se mudar para outra cidade, e consequentemente, um namoro a distância não estava nos planos dela.
Não demorou muito para que meu primeiro beijo acontecesse, só faziam duas semanas que Karen havia viajado, quando resolvi que era hora de me aproximar de Anderson. Ele andava triste pelos corredores por causa do fim do namoro e não foi difícil conseguir conversarmos a sós, já que ele estava evitando os amigos. Em um momento que estava concentrado em uma leitura na biblioteca, sentei-me na mesma mesa que ele e quando vi que estava lendo o mesmo livro que eu - isso não foi premeditado, pois peguei qualquer livro na estante antes de ir para a mesa em que ele estava - aproveitei para perguntar se estava gostando do livro.
Pronto, a partir daí, sempre que podia ia para a biblioteca  para vê-lo, e ficávamos conversando sobre livros por muito tempo, até que um dia combinamos de escrever a resenha do livro que estávamos lendo em uma cafeteria perto da escola, a empolgação foi tanta ao terminar, que sem perceber acabamos nos beijando, na verdade foi só um selinho, mas foi totalmente diferente do que eu tinha imaginado, nem mágico, nem constrangedor, só fiquei um pouco sobressaltada, porque não imaginava que isso fosse acontecer daquele jeito.
Fiquei tão envergonhada que pedi desculpas e fui embora sem nem olhar para trás. Estava decidida a não procurá-lo mais e teria feito isso, se ele mesmo não tivesse vindo atrás de mim no outro dia, dizendo que não conseguia parar de pensar  em mim. Nós estávamos do lado de fora do ginásio e foi lá que rolou o meu primeiro beijo de verdade.
Estou cansada para continuar escrevendo, por hoje, termino aqui. Minha cabeça está latejando de dor de cabeça e estou com a sensação de que esqueci de alguma coisa.
Até mais, ou não né, nunca se sabe o dia de amanhã.

Senti-me mais leve, como sempre acontecia quando eu desabafava meus problemas,  mesmo que fosse para estranhos e sob um nome falso. A dor de cabeça não me incomodava tanto e resolvi reler o que tinha escrito.
Ainda estava com o Laptop aberto quando ouvi um barulho de porta abrindo. Em seguida passos soaram em direção ao meu quarto, me sobressaltei, eu não estava esperando ninguém, e minha mãe ainda estava no trabalho. Somente nós duas tínhamos a chave de casa, já que meu pai tinha o forte hábito de não saber onde colocava as coisas e preferiu não ter uma cópia, além de estar viajando a trabalho esse fim de semana, então quem quer que tivesse entrado em casa, só podia ser um...
- Melanie - uma voz conhecida chamou-me antes de abrir a porta.
Fiquei tão nervosa que me desequilibrei e caí da cadeira sem fechar o laptop quando vi quem era.






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Olá amores, sintam-se à vontade aqui no meu mundinho que compartilho com vocês. Aqui irão encontrar de tudo um pouco, desde capítulos dos meus próprios livros, resenhas dos livros que leio, e-book, um pouco de moda [apenas um pouco mesmo] e claro os meus desabafos, vez por outra eu uso o blog como confidente, então não estranhem. He he he

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